dissertações

Triênio 2008 - 2006

Total de dissertações defendidas: 63

DISSERTAÇÕES DEFENDIDAS EM 2008

Total de dissertações defendidas: 16

Ana Renata Baltazar da Penha

Título: Movimentos alienantes: a transitoriedade do sujeito pós-moderno na poética de Ana Cristina Cesar

Orientador(a):  Prof. Dr. João Camillo Barros de Oliveira Penna

Páginas: 167

Resumo

Esta dissertação tem como finalidade problematizar o sujeito pós-moderno, a partir da escritura poética de ANA CRISTINA CESAR [que também é conhecida como Ana C.]. Reconhecendo nos textos da autora (selecionados como corpus) as marcas da subjetividade construída por outras vozes, cujo discurso dialógico é capaz de romper a própria noção de um sujeito homogêneo e monológico, e de engendrar a dinâmica produtiva de um sujeito leitor/autor que participa na produção textual de sua própria sociedade, na operação de interpretar as muitas outras vozes que compõem seu próprio ser de linguagem. Saber-se como uma fragmentação da unidade, feita por imagens externas que se fundem na interioridade é também saber que o outro – nosso interlocutor – mesmo apresentando-se através de uma voz monológica, é também um ser de discurso heterogêneo. Questionar o monologismo das vozes de poder a partir de leituras críticas é, portanto, realizar uma forma de subversão cuja força motriz é a linguagem poético-carnavalizada, na qual ocorre uma suspensão temporária da ordem oficialmente estabelecida. O fundamento teórico deste trabalho é a leitura critica dos conceitos dialogismo, polifonia e carnavalização, que Julia KRISTEVA realiza tomando por referência Mikhail BAKHTIN. Este trabalho apresenta, ainda, um diálogo entre a produção de Ana C. e nomes tais como Roland BARTHES, Theodor ADORNO, Stéphane MALLARMÉ, Charles BAUDELAIRE, Evgen BAVCAR, Manuel BANDEIRA, Michelangelo ANTONIONI, Jean-Luc GODARD, dentre outros.

 

Cassiana Lima Cardoso

Título: O dia do juízo: ironia e tragédia nos infernos de Rosário Fusco

Orientador(a):  Prof(a). Dr(a). Vera Lins

Páginas: 133

Resumo

Este trabalho é uma leitura e uma interpretação da obra O Dia do Juízo, de Rosário Fusco, que busca demonstrar um possível diálogo do romance desse autor com as tradições irônica e trágica da literatura universal, questionando ainda os princípios da metafísica que nortearam o Homem ao longo de sua história e a moralidade de costumes que delinearam sua conduta.

 

Diego de Figueiredo Braga Pereira

Título: A poética do mito

Orientador(a): Prof. Dr. Manuel Antonio de Castro

Páginas: 201

Resumo

Esta dissertação perfaz a experiência de pensamento no horizonte próprio do acontecimento mítico, em que o mesmo não pode ser representado, conceituado, medido e calculado. Uma vez que o modelo metafísico-científico de pensamento se instaura como obliteração do vigor mítico e a conseqüente separação entre mito e verdade, a experiência de pensamento que aqui se realiza busca aproximar o mito de sua vigência poética originária. Para a realização desta experiência seguiu-se o poema Ulysses, da obra Mensagem, de Fernando Pessoa ao modo da escuta de sua constituição atual e permanente como obra, perfazendo-se assim uma hermenêutica que não se deixa limitar pelos ditames epistemológicos tradicionais de método e teoria. Deste modo este trabalho se projeta como empenho de ser aquilo de que trata.

 

Fernanda Fadigas

Título: Blanchot e a morte de Ivan Ilicth

 

Geraldo Augusto de Lemos Bellucco

Título: Utopia em Jogo: Faces do Poeta e do Narrador em Rayuela

Orientador(a):  Prof. Dr. André Luiz de Lima Bueno

Páginas: 119

Resumo

Esta dissertação percorre os ensaios de Julio Cortázar que tratam da escrita romanesca e da linguagem poética para mapear uma gênese teórica de Rayuela. A reflexão sobre os temas citados se prolonga através das “morellianas”, text os de um escritor fictício que pontuam a narrativa e que assumem, em seu conjunto, um peculiar caráter de manifesto literário. A partir do trânsito entre o narrativo, o crítico e o poético no romance, são analisadas as tensões entre os personagens a refletir uma cena geracional de contestação ética e inquietação estética.

 

Igor Teixeira Silva Fagundes

Título: Por um poema chamado vida: escritos inacabados para um corpo inacabável

 

Monica Farias de Souza

Título: Imagens Jeca Tatu na produção literária de Monteiro Lobato: Um processo de construção de identidade brasileira

 

Paula Christina Corrêa de Almeida

Título: As narrativas animalistas de Kafka e as representações da exclusão social no início do século XX

Orientador(a):  Prof. Dr. Eduardo de Faria Coutinho

Páginas: 119

Resumo

Esta dissertação estuda a desumanização e a conseqüente animalização do homem na literatura de Franz Kafka, resultantes da perseguição, da violência e da degradação impostas ao ser humano nas décadas da crise social, política e econômica que resultaram nas duas guerras mundiais. Os alvos principais da crítica de Kafka são o preconceito e a exclusão social sofridos pelo povo judeu.
O autor tcheco desvela em sua ficção a ditadura do pátrio poder – seja ela advinda dos pais ou do Estado – que, vivida em situações e xtremas pelo cidadão comum, provoca o seu aniquilamento e o leva a ultrapassar a fronteira que distingue o homem do animal, transformando – o num bicho ou num ser animalizado.
A saída dessa condição, segundo Kafka, está na denúncia dessa situação através da escrita e de sua propagação pela literatura. Só assim é possível despertar sentimentos que levem o indivíduo a enxergar o que existe de humanidade no homem. Nosso objeto de análise são três narrativas, nas quais as personagens kafkianas são protagonizadas por animais: A metamorfose, “Josefina, a cantora ou O povo dos camundongos” e “A construção”. Na presente leitura, buscamos apoio em textos teóricos, críticos, históricos, biográficos e documentais, de autores como Aristóteles, Theodor Adorno, Walter Benjamin, Zygmunt Bauman, Michel Löwy, Giorgio Agamben, Enrique Mandelbaum, Elias Canetti, Ernest Pawel, entre outros, e nos servimos de cartas de Kafka e de seu livro Diários, além da obra Respiração artificial, do autor argentino Ricardo Piglia, em que este faz diversas menções a Kafka.

 

Paulo Victor de Souza Rocha

Título: O evangelho segundo Jesus Cristo: as boas novas de uma consciência infeliz

 

Plinio Fernandes Toledo

Título: Matrimônios ilegais (a dialética da imagem e do conceito)

Orientador(a):  Prof. Dr. Alberto Pucheu Neto

Páginas: 198

Resumo

Este trabalho discute a relação entre filosofia, arte e literatura. A hipótese defendida aqui sustenta que a diferença estabelecida entre imagem e conceito emerge de uma má abordagem através da qual um erro histórico contaminou a consciência moderna estabelecendo fronteiras artificiais entre a linguagem e a cognição.
Nosso tema consiste em pensar o diálogo entre as “instâncias da linguagem” – a imagem e o conceito – enfocando a imagem poética como um momento de criação que guarda, dentro de sua tensão constitutiva, as determinações relativas que foram separadas pela, assim chamada, consciência fraturada da modernidade. Alguns autores foram escolhidos como representativos de nossa perspectiva na medida em que em seus trabalhos tem lugar uma unidade complexa, realizando a convergência entre filosofia e literatura, arte e cognição, em uma palavra, imagem e conceito.
Sustentamos que as obras de Cummings, Nietzsche, Adorno e Benjamin explicam, de certa forma, a platônica, uma vez que nelas vem à luz o que estava escondido nas obras do filósofo ateniense. Tentamos mostrar, portanto, que a relação dialética entre o que chamamos “instâncias da linguagem” sempre esteve presente nas obras de filósofos-artistas como “potências mutuamente fecundantes” que a modernidade não conseguiu ver.
Esperamos, assim, conseguir lançar uma luz sobre a importância do mythos e do logos como forças dialéticas. Através delas, a filosofia desempenha seu papel como uma articulação complexa que preserva o diálogo frutífero e realiza o atrimônio ilegal da imagem com o conceito.

 

Raquel Pontes Avila

Título: A carência do poético – implicações na arte e na sociedade capitalista

Orientador(a):  Prof. Dr. Antonio Jardim

Páginas: 77

Resumo

A preponderância da racionalidade e do pensamento objetivo na cultura ocidental tem conseqüências nas relações humanas e no modo de ver a arte. A obra de arte é tomada por concepções externas e alheias a ela mesma. Mais do que as condições históricas e sociais, o caráter poético é o que lhes assegura a perenidade. O poeta deve ser o representante do resgate do sentir como forma de pensar.

 

Renata R. Tavares da Silva

Título: Do silêncio à liberdade: uma aprendizagem ou o livro dos prazeres

 

Renato de Alcantara

Título: A tradição da narrativa no jongo

Orientador(a):  Prof. Dr. Frederico Augusto Liberalli de Góes

Páginas: 105

Resumo

Esta pesquisa procura aliar o jongo, manifestação artística oriunda dos povos bantu, à narrativa, categoria estética da literatura. Para tanto analisamos a trajetória dos negros africanos em África e na diáspora a que foram submetidos em terras brasileiras. Verificamos que os elementos que o constitui, o terreiro, a fogueira , o tambor, a dança e o ponto narram não só essa trajetória como todo os processos de (re) construção identitária.
Com maior ênfase nos pontos, nossa pesquisa mostra o modo criativo, irônico e metafórico com que o negro consegue construir as histórias de sua comunidades e criticar a realidade social que o cerca sem perder a alegria, pois o jongo apresenta-se, antes de tudo, como uma celebração à vida.

 

Roberta da Costa de Sousa

Título: A função da literatura e do escritor: uma análise à luz de Mário de Andrade

Orientador(a):  Prof. Dr. Luiz Alberto Nogueira Alves

Páginas: 92

Resumo

Discutir o tipo de engajamento proposto por Mário de Andrade, a partir da obra ensaística do autor, compreendida entre 1930 e 1945, considerando-se o acirramento da questão política nesse período e as repercussões em sua poesia. A discussão sobre engajamento implica o debate sobre as relações entre ação e pensamento, pois a transformação da noção de engajamento, para Mário, se relaciona com as mudanças pelas quais também passa o conceito de ação. A relação complexa entre história da literatura e da sociedade, espécie de fio condutor para a análise da produção intelectual de Mário de Andrade, ressalta a maneira como essas concepções se conjugam e se tensionam o tempo todo.

 

Susana Elaine F. Araújo

Título: O corpo manifesto por Graciliano Ramos: uma leitura de ‘Vidas Secas’ e ‘São Bernardo’

 

Vanessa Cianconi Vianna Nogueira

Título: As bruxas como desculpa: The crucible e as práticas “preventivas” de vigilância na sociedade estadunidense contemporânea

Orientador(a):  Prof. Dr. Eduardo de Faria Coutinho 

Coorientador(a): Prof(a). Dr(a). Sonia Regina de Aguiar Torres da Cruz

Páginas: 169

Resumo

O objetivo dessa dissertação é mapear a retórica da vigilância nos EUA desde o século XVII até os dias atuais, usando como base para a discussão a famosa peça de Arthur Miller, The Crucible, escrita durante o período macarthista. A discussão proposta abarca desde a oratória de púlpito, passando por textos formadores da literatura norte- americana, até considerações acerca das bases da política totalitária dos EUA e como o governo daquele país – lançando mão da vigilância constante de seus cidadãos e dos cidadãos dos países que não fazem parte do “mundo livre” – busca controlar o mundo.
Escolheu-se o tema da vigilância, porque é através dela que, é possível manipular e controlar a população, amedrontando-a a todo instante. Revendo-se a história dos EUA, verifica-se que os puritanos foram para o novo mundo a fim de criar um novo Eden na terra. No entanto, como, para eles, a floresta era a moradia do demônio [do Mal, do outro, do desconhecido], quem ousasse sair dos limites estipulados da vila poderia ser acusado de bruxaria – ou, estabelecendo uma analogia com os tempos atuais, quem ousasse desafiar o império seria taxado de terrorista. A peça de Miller, com sua incrível atualidade, ajuda-nos a entender a idéia da “patrulha da vigilância” e como ela ainda se faz presente na sociedade estadunidense do século XXI.
Sendo assim, ao longo da dissertação, buscou-se apontar as semelhanças, com base nas teorias dos filósofos Michel Foucault e Gilles Deleuze, entre as sociedades de vigilância e de controle, demonstrando que nos dias atuais não existe mais uma separação real entre as duas. O olho que (em)cena The Crucible nos coloca realmente dentro do panóptico de Jeremy Bentham: os personagens da peça sentem-se enclausurados, sem saber quem ou quando estão sendo vigiados. Seja no século XVII, na década de 1950, ou no século XXI, a retórica é sempre a mesma: olhar, vigiar, julgar e punir. A sociedade espetaculosa dos Estados Unidos da América, recriada por Miller, se repete sempre com roupagens diferentes.

 

DISSERTAÇÕES DEFENDIDAS EM 2007

Total de dissertações defendidas: 23

Ana Paula Nascimento de Souza

Título: Pet shop mundo contemporâneo: o nosso tempo através do olhar de Zeca Baleiro

Orientador(a):  Prof(a). Dr(a). Helena Parente Cunha

Páginas: 130

Resumo

Este trabalho tem como objetivo um comentário de letras de músicas do cantor e compositor maranhense Zeca Baleiro. O estudo das canções leva a uma reflexão sobre o momento histórico que elas focam e no qual elas são produzidas – a Contemporaneidade. A proposta da autora é observar a obra de arte registrando e refletindo sobre a história. E, também, montar um quadro interpretativo desse período através do olhar do artista. Assim a análise tem como base os eixos temáticos mais sugeridos nas canções de Zeca Baleiro: a identidade, as relações interpessoais, o consumo e a globalização. O corpus selecionado para estudo concentra-se nos cinco cds autorais de Zeca Baleiro, a saber: Por onde andará Stephen Fry?, Vô Imbolá, Líricas, Pet Shop Mundo Cão e Baladas do Asfalto e outros blues.

 

André Ribeiro Poyart

Título: Os caminhos da criação: o jogo da verdade no brotar da inspiração

Orientador(a):  Prof. Dr. Antônio José Jardim e Castro

Páginas: 83

Resumo

Este trabalho põe em questão o momento da criação de uma obra de arte. O eterno conflito entre criador e criatura, artista e objeto, para o surgimento de uma coisa maior, que revela caminhos essenciais na constituição do homem como ser. O desabrochar da inspiração. A relação do artista com sua arte, da arte com seu artista, de artista e arte com o mundo que os cerca. O que há, para além de toda e qualquer técnica, meio, ritual ou padrão formal, nesse fazer humano tão especial, tão fantástico, tão intimamente ligado com a própria condição de o homem ser e existir.

 

Anna Paula Soares Lemos

Título: Ariano Suassuna, o palhaço-professor e sua Pedra do Reino

Orientador(a):  Prof. Dr. André Luiz de Lima Bueno

Páginas: 132

Resumo

A presente dissertação de Mestrado trata do Romance da Pedra do Reino e o príncipe do sangue do vai-e-volta do escritor paraibano Ariano Suassuna. O fio condutor é o narrador Dom Pedro Dinis Ferreira Quaderna, que, do centro de uma narrativa meio palco, meio picadeiro, na posição de um palhaço-poeta, lida com as diversas tensões de pensamento que seu discurso provoca. Em última análise, a pesquisa aponta como, no romance, o autor Ariano Suassuna faz a mediação entre a cultura popular e a erudita, o arcaico e o moderno, o rural e o urbano, a cultura oral e a letrada, o Brasil Real e o Brasil Oficial.

 

Artur de Freitas Gouvêa

Título: Música: a questão da interpretação

Orientador(a):  Prof. Dr. Antônio José Jardim e Castro

Páginas: 103

Resumo

Em um mundo erigido sobre a égide da técnica, o que se faz aqui é uma tentativa de pensar a arte, especificamente a música, em um jogo de fuga e reunião dessa técnica, concentrando na interpretação como foco principal na abordagem da música. Buscando uma percepção do mundo através da música, este antes de tudo já é um trabalho de interpretação e todas questões que se fazem necessárias no texto são para essa percepção de mundo, expressando o ser através da escuta da linguagem. Como as palavras são aqui o meio com que é feita a interpretação da música, encontra-se no texto uma tentativa de fusão, procurando fazer emergir o poético da música no texto e o poético do texto pela música.

 

 

Diogo dos Santos Silva

Título: Rex quondam, rexque futurus: sobre a essência divina dos heróis

Orientador(a):  Prof. Dr. Antonio Jardim

Páginas: 151

Resumo

A partir dos estudos das fontes medievais do mito arthuriano, este trabalho pretende fazer um resgate da vigência mitológica primeira de personagens da Matéria da Bretanha.

 

Fábio Henrique Cruz Pinheiro

Título: Poesia como Plano de Fuga

Orientador(a):  Prof(a). Dr(a). Vera Lucia de Oliveira Lins

Páginas: 111

Resumo

O presente trabalho levanta reflexões sobre a arte literária e sua relação com o mundo moderno povoado pelos meios de comunicação de massa responsáveis pela banalização da linguagem e da vida humana. Se por um lado o sistema capitalista criou a indústria cultural com o intuito de massificar a cultura e, conseqüentemente, manipular a população a partir daconsciência para assim poder atingir seus objetivos, por outro a prática literária assumiu uma postura que procura desenvolver uma arte poética a fim de desestabilizar a linguagem da comunicação, criando uma poesia capaz de devolver ao homem sua essência. A partir deste embate o estudo desenvolve uma análise em dois níveis: num primeiro identifica os textos literários que resistiram ao processo de massificação durante a evolução das tecnologias desenvolvidas pelas instâncias do poder e, num segundo, aponta os caminhos a serem trilhados pela atividade poética no capitalismo avançado – quando o sujeito massificado, constantemente em contato com uma linguagem a serviço da técnica, encontra-se cada vez mais distante de sua natureza. Com esse intuito, o estudo fundamenta-se no exame das obras de dois poetas contemporâneos brasileiros – Tarso de Melo e Sebastião Uchoa Leite – para pensar com o a literatura vem respondendo às indagações de seu tempo.

 

Giovanna Marina Giffoni

Título: O ecoar da oralidade: a escrita como magia criadora e silêncio tumular

Orientador(a):  Prof. Dr. Antonio Jardim

Páginas: 75

Resumo

O presente trabalho debruça-se sobre o estudo de dois modos de ser em relação às diversas manifestações artísticas ou culturais — o modo de ser da oralidade e o modo de ser da escrita.

 

Helaine Christian Alves Santos

Título: O belo é o belo é o belo belo: a i-mundície na poética de Manuel Bandeira

 

Joel Theodoro da Fonseca Júnior

Título: A fragmentação do eu no ocidente após o século XIX e suas expressões em contos de Machado e Lobato

Orientador(a):  Prof. Dr. Ronaldo Lima Lins

Páginas: 182

Resumo

O objetivo desta dissertação é analisar os episódios centrais e periféricos do período que se convencionou denominar Fin-de-Siècle. Como ponto de maior interesse, vamos estudar os efeitos diretos sobre as pessoas que viveram naqueles dias e nas que vieram depois delas.
O ponto central desta dissertação é a notada fragmentação do Eu que se percebe no homem ocidental desde os anos 50 do século XIX até os anos 20 do século XX. Como elemento literário, foram escolhidos dois importantes autores brasileiros, Machado de Assis e Monteiro Lobato e, de suas vastas obras, foram escolhidos alguns contos para demonstrar como a influência dos episódios em questão permeou a literatura como vínculo de narrativa do homem e seu tempo.

 

Juliana de Oliveira Menezes

Título: A importância do corpo feminino nos contos de João do Rio

Orientador(a):  Prof. Dr. Luiz Edmundo Bouças Coutinho

Páginas: 81

Resumo

O presente trabalho é um estudo sobre a caracterização de algumas personagens femininas nos contos de João do Rio. Estas se apresentariam como elemento sinalizador dos tempos modernos, que chegam à cidade do Rio de Janeiro no início do século XX. Traçando um histórico dos alicerces do movimento decadentista e da capital do Brasil na passagem do século XIX para o século XX, o estudo aborda parte da vida de João do Rio, sua visão e admiração pela Cidade do Rio e por escritores decadentistas europeus. Analisando a forma com que o autor apresenta o corpo feminino, aqui, a mulher, e suas atitudes, comparamo-la com as características e as condições conhecidas das mulheres do século anterior. Associando a importância da composição de sua imagem no mundo moderno, sua imagem é comparada a da Salomé decadentista. Notamos um desenvolvimento da mulher como corpo ativo na sociedade em transição. Esta deixa a condição de corpo submisso para assumir uma posição ativa no novo mundo.

 

Leila Miccolis

Título: A questão taxinômica do poema dramático e sua aplicação na construtura “Calabar”, de Lêdo Ivo

Orientador(a):  Prof. Dr. Luiz Edmundo Bouças Coutinho

Páginas: 99

Resumo

Desde a sua nomenclatura, o poema dramático tem sido alvo de uma série de permanentes equívocos, o que o tornou um gênero híbrido, composto por dois gêneros que caminham em direções diferentes: o lírico e o dramático. Devido a tal indefinição genérica, o poema dramático não tem despertado grandes interesses nem por parte da Teoria Literária, por seu componente teatral, nem pelo lado da Teoria do Teatro, por sua literariedade. Prejudicado desde o início, portanto, por uma terminologia dúbia que lhe é mais danosa do que benéfica, uma exata categorização é extremamente importante, em seu caso, porque muda sua voz, sua perspectiva e sua própria proposta estética. Visa o presente trabalho apresentar o poema dramático em toda a sua epicidade, baseando-nos na obra de Emil Staiger, que, retomando a tripartição aristotélica dos gêneros, reformula-a, acrescentando-lhes a visão ontológica, e demonstrando, no caso do gênero épico patético, que o palco é elemento constitutivo de sua literariedade. Através de tal angulação, o poema dramático deixa de ser um “teatro literário” (uma lírica encenada) para ser uma literatura (poesia) que traz, já em seu texto, as noções de palco e de um público consigo, pela presença do narrador. Consideramos Calabar – Um poema dramático, de Lêdo Ivo, um épico, porque a obra contém praticamente todos os elementos do gênero mencionados por Aristóteles; e um épico patético, porque, entre outras características, os personagens investem contra o status quo, perseguindo passionalmente o seu ideal, qual seja: uma pátria da qual se orgulhem. Por sua vez, Calabar – Um poema dramático contém elementos narrativos inovadores, que, em vez de descaracterizar o gênero, constitui-se de material precioso para repensarmos nas aproximações e distanciamentos da epopéia de hoje em confronto com seu modelo clássico. Percebendo o poema dramático como uma das manifestações do gênero épico na pós-modernidade, queremos contribuir para uma diferente escuta dele, a fim de o entendermos melhor, promovendo também, através dessa maior precisão taxinômica em relação a ele, o início de um levantamento de dados do pathos e do gênero épico, em nossa realidade cotidiana, através da volta do trágico nas sociedades contemporâneas.

 

Lívia Aparecida de Almeida e Sousa

Título: Tempos e contratempos em Cem Anos de Solidão

 

Livia Lemos Duarte

Título: Do malandro ao bicho-solto

 

Luciana da Costa Ferreira

Título: Um personagem chamado Lima Barreto

Orientador(a):  Prof. Dr. Luiz Edmundo Bouças Coutinho

Páginas: 148

Resumo

O presente trabalho tem por objetivo básico o estudo da figura do escritor carioca Afonso Henriques de Lima Barreto. O exame do romancista conduz ao questionamento de conceitos da crítica literária como biografia, ficcionalidade, cânone e relação entre mundo literário e processo social. A proposta da autora é repensar o quanto a crítica literária transforma um autor real em um personagem. E, também, como o próprio escritor pode se transformar em um ser ficcional. Com isso, a análise tem como base a noção de indivíduo concreto (Afonso Henriques) e indivíduo construído (Lima Barreto). Por fim, o alvo de estudo está concentrado nos textos- tutores de Lima Barreto e nas inspirações além do texto: a grande força da literatura barretiana.

 

Luciana da Silva Santos

Título: A obra de arte como fonte

Orientador(a):  Prof. Dr. Manuel Antônio de Castro

Páginas: 103

Resumo

Temos como objetivo no presente trabalho apresentar os textos “Prefácio Interessantíssimo” e A Escrava que não é Isaura, que foram escritos por Mário de Andrade. Um dos focos principais do “Prefácio” e da “Escrava” é a poesia. É a respeito dela que os textos nos farão refletir. Nossa finalidade não é trazer respostas prontas e acabadas, mas pensar, questionar. O “Prefácio Interessantíssimo” é um texto escrito com estrofes e versos livres, dando a impressão de total espontaneidade. Nele é exposta a teoria denominada desvairismo. Na introdução da obra A Escrava que não é Isaura Mário nos mostra a “Parábola”. Por meio desta, apresenta-nos a poesia como uma mulher. A primeira parte (poética) trata da criação, das belas artes, da poesia, da beleza. Na segunda parte (retórica), dedicada ao criador, nota-se a descrição e a conceituação das técnicas de composição poética. Por fim, tem-se a conclusão com o “Post-fácio”.

 

Luiza Maria de Oliveira Vianna

Título: Ítalo Calvino e o riso como saber

Orientador(a):  Prof. Dr. Ronaldo Lima Lins

Páginas: 154

Resumo

O trabalho pretende analisar o romance Palomar, de autoria de Ítalo Calvino, publicado em 1983, que, através da linguagem humorística, fala sobre a complexidade da vida contemporânea. O romance narra diversas passagens da vida do protagonista em sua busca de verdades absolutas,de certezas que o acalmem, que o tornem menos angustiado,mais feliz. Ele é um homem aturdido diante do excesso de informações que recebe. Nós estudamos o discurso utilizado pelo narrador -a ironia,o discurso paródico que o livro estabelece com as diversas linguagens e de modo particular, com a do conhecimento científico. Usando o riso como instrumento, o narrador denuncia o sofrimento do homem contemporâneo que, submetido a situações de extrema tensão, perde o significado da própria vida.

 

Marcia Cristina Silva

Título: A criança e o poeta: José Paulo Paes e os seres em rotação

Orientador(a):  Prof(a). Dr(a). Lúcia Ricotta

Páginas: 135

Resumo

Investigação de uma das mais fundamentais questões da poética de Leonardo Fróes: o êxtase e o devir proporcionados pela experiência poética (PUCHEU: 1999). Diálogo com o conceito de “despersonalização”, de Hugo FRIEDRICH (1978), e com as idéias de “morte do Autor”, de Roland BARTHES (1988), e de “êxtase lírico”, de Michel COLLOT (2004), verdadeiras atualizações do paradigma grego arcaico-platônico do poeta éntheos (DETIENNE:1988; PLATÃO:1988; PLATON:1933). O viés ontológico do êxtase poético (NIETZSCHE: 2001, 2005; COLLOT: op. cit.). O devir e a noção de natureza dele decorrente na poesia de Leonardo Fróes, em diálogo (1) com os conceitos de “imanência” e “devir”, de Gilles DELEUZE (1997, 2004), (2) com certos aspectos da Naturwissenschaft goetheana (GOETHE: 1958, 1987, 2003), (3) com as críticas ao antropocentrismo, ao antropomorfismo e à ciência de base iluminista contidas na poética de Isidore Ducasse, o Comte de LAUTRÉAMONT (1997), e herdadas pelos surrealistas (MORAES: 2002), e, finalmente, (4) com os posicionamentos de Gary SNYDER (2005) acerca da indissociação entre o que se convencionou classificar como “natureza” e “cultura”.

 

Osmar Soares da Silva Filho

Título: Memória e História em Mulheses de abril, de Maria Teresa Horta

Orientador(a):  Prof(a). Dr(a). Angélica Maria Santos Soares

Páginas: 126

Resumo

Mecanismos de construção e articulação das memórias individual e coletiva. Entendimento do corpo como centro das lembranças e lugar em que se executam as práticas da história. O corpo da mulher como lugar em que se levantaram os símbolos da opressão patriarcal: a “casa”, a “praça”, a “taça” e a “água”. A poesia horteana como mimese da memória da opressão e ensaio da resistência feminina à opressão.

 

Raquel de Castro dos Santos

Título: Veredas em Sagarana: linguagem, memória e verdade

Orientador(a):  Prof. Dr. Antonio Jardim

Páginas: 126

Resumo

Os temas da linguagem, memória e verdade perpassam a narrativa de Sagarana. Por meio deles busca-se, nesta dissertação, a articulação com os contos. A linguagem, desvinvulada da mera função comunicativa, evidencia, também, a instauração do ser. O ser mostra-se desvelando-se, revelando-se. Verdade. O vigor do revelar-se, desvelar-se se encadeia pela presença experienciável. Memória.

 

Valéria Mac Knight

Título: Teia de encantos: horizontes na poesia

Orientador(a):  Prof. Dr. Alberto Pucheu Neto

Páginas: 119

Resumo

Desenvolvem-se algumas reflexões acerca da poesia moderna e contemporânea tendo como principal fundamentação teórica idéias desenvolvidas por Michel Collot. Os fundamentos da arte lírica e as transformações do lirismo são desenvolvidos ao longo do trabalho, assim como o tema central – a poesia lírica fora-de-si – que nos levou a buscar em Nietzsche um ponto de partida, por entender que o filósofo alemão apresenta um olhar que encontra na arte uma solução para o desencanto do homem no mundo. Nos debruçamos pelo caminho da poesia lírica através dos séculos: a partir de um olhar anacrônico lançado a esse percurso, pudemos constatar que a poesia lírica nem sempre foi subjetiva, o que confirma a proposição de Collot em seu texto O sujeito lírico fora-de-si de que o lirismo não se encontra no subjetivo e que talvez tenha sido este período subjetivo um estado de exceção e não de regra. A mudança do conceito do eu lírico do poeta subjetivo para o eu lírico fora de si é trabalhada com alguma insistência, a fim de apresentar o encadeamento de idéias que leve ao entendimento de que o poeta, estando fora de si, pode relacionar-se com o mundo como outro, na linguagem. Não foi escolhido um autor, mas vários, e o critério para escolha dos poemas foi entrelaçar teoria e prática poética de poetas que conseguiram subverter a realidade e introduzir encanto na trivialidade do cotidiano, possibilitando novos horizontes em suas escritas. O tema do horizonte é trabalhado a partir da fundamentação teórica em Husserl e seu conceito de estrutura de horizonte. Por analogia, o horizonte da escrita é o paradoxo da representação do real pela linguagem, da estampa da ficção compartilhada por vários sujeitos anacronicamente, a escrita atravessa os séculos e esfacela a lonjura e a distância, aproximando mundos, afastando e nos aproximando também de nós mesmos; o ser humano pode enfim desdobrar sua reflexão acerca de sua existência e sua relação com o mundo, em uma confirmação de que literatura é vida.

 

Viviane Jesus da Silva

Título: Resgatando Emília Freitas: as questões canônicas e os aspectos trágicos em A rainha do Ignoto

Orientador(a):  Prof(a). Dr(a). Angélica Maria Santos Soares

Páginas: 64

Resumo

Contextualização histórica do romance A Rainha do Ignoto, de Emília Freitas. A questão do cânone e a urgência em dar visibilidade à literatura de autoria feminina do século XIX. Breves reflexões sobre a tragédia e o sentimento trágico da atualidade. Traços do trágico em A Rainha do Ignoto.

 

Wellington Augusto da Silva

Título: Cidade de Deus: uma leitura formativa da desagregação

DISSERTAÇÕES DEFENDIDAS EM 2006

Total de dissertações defendidas: 24

Aline de Mattos da Costa

Título: Memória poética: a constituição do mundo memorável em Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa

Orientador(a):  Prof. Dr. Manuel Antônio de Castro

Páginas: 188

Resumo

Estudo da Memória Poética, baseado na obra Grande Sertão: veredas, de Guimarães Rosa. Propõe reflexões sobre as questões do mito, da verdade, da linguagem, da narrativa, da travessia como poiesis. Investiga as concepções: memória como reminiscência e memória como vigor criativo.

 

André Vinicius Pessôa

Título: Uma poética da musicalidade na obra de João Guimarães Rosa

Orientador(a):  Prof. Dr Manuel Antônio de Castro

Páginas: 173

Resumo

A poética e o sertão na obra de João Guimarães Rosa. As Musas. Pensamento e poesia: os mesmos princípios. A inspiração dos poetas através de sua relação com o sagrado. Seo Aristeo, o inspirado personagem do poema “Campo Geral”. A Musicalidade e a Escrita. Os elementos da música: o ritmo, a harmonia e melodia. O “Corpo de Baile”, de Guimarães Rosa, como uma orquestração musical. A sinfonia rosiana dos viventes. A escuta cuidadosa dos ruídos da noite através do Chefe Zequiel, personagem do poema “Buriti”. A alquimia silenciosa que rege a criação da palavra poética. Interpretações das novelas que compõem o livro “No Urubuqùaquá, no Pinhém”: “O Recado do Morro”, “Cara-de-Bronze” e “A Estória de Lélio e Lina”. Ensaios sobre os músicos, violeiros e cantadores, destacados personagens destas novelas: Laudelim Pulgapé, João Fulano e Pernambo.

 

Angelo Ricardo Grisoli

Título: Uma teoria poética: filosofia, política e sociedade

Orientador(a):  Prof. Dr. Antonio José Jardim e Castro

Páginas: 110

Resumo

O presente trabalho tem por objetivo pensar a interação entre o conhecimento poético, o conhecimento filosófico e o conhecimento político, considerando os elementos da vida moderna em termos societários. Portanto, esta pesquisa procura discutir a metamorfose do saber como unidade. Nesse sentido, a análise dos elementos teóricos que fundamentam o estudo dessa unidade provilegia o papel fundamental de uma concepção crítica sobre a modernidade, especialmente a autodeterminação da civilização. Na raiz do processo de autodeterminação da civilização, a técnica e a estrutura tecnológica do sistema comandam todas as direções da sociedade. Contemplando o conhecimento poético como espaço de vivência democrática, o tema demanda uma atenção para diferentes concepções de poesia e filosofia, compreendendo que ambos os saberes se originam na linguagem.

 

Antonella Flavia Catinari

Título: Monteiro Lobato e o projeto de educação interdisciplinar

Orientador(a):  Prof. Dr. Ronaldo Lima Lins

Páginas: 172

Resumo

O presente trabalho de dissertação propõe discutir o projeto literário-pedagógico contido na obra infantil de Monteiro Lobato, com o objetivo de verificar a importância da interdisciplinaridade presente na obra e de contribuir na ampliação da discussão a respeito da produção desse autor, sobretudo entre os professores de Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Para tal, estabeleceu-se um histórico da construção do conceito de infância, das origens da literatura infantil e da evolução dos estudos teóricos sobre essa literatura, demonstrando que, para tratar desse objeto de estudo, faz-se necessário também trazer uma abordagem interdisciplinar, que ligue, notadamente, as áreas de Letras e Educação. Fez-se, ainda, uma abordagem específica da literatura infantil brasileira, enfocando aquela produzida antes do surgimento da obra de Lobato, para poder contrapô-la às inovações trazidas pelo autor paulista. Dados da vida biográfica de Monteiro Lobato serviram para contextualizar historicamente as discussões, uma vez que o autor produziu sempre uma literatura “engajada”. Optou-se, nesse caso, por utilizar a correspondência de Lobato como suporte e abriu-se um espaço para a reflexão sobre essa escolha. Abordou-se o conjunto de idéias sobre educação de Monteiro Lobato, sobretudo a concepção do Sítio como “uma escola progressista” e a formação do leitor. Acresceu-se a essa abordagem uma breve análise da situação educacional brasileira durante a Primeira República, para que, em seguida, se pudesse estabelecer um cotejo entre Lobato e os pensadores da Escola Nova e, mais adiante, acrescentar as idéias de Georges Snyders a respeito da educação através da alegria do encontro com as obras de arte. Para ilustrar todo esse percurso, ao final, aplicou-se tudo o que foi discutido em uma leitura de uma das obras mais importantes do conjunto de livros para crianças de Lobato, A chave do tamanho.

 

Claudia de Mattos Paiva

Título: A consciência crítica da criação: em crônicas selecionadas de Tarsila do Amaral

Orientador(a):  Prof(a). Dr(a). Angélica Soares

Páginas: 112

Resumo

Exposição das crônicas de Tarsila do Amaral. A participação feminina no espaço artístico e literário, através de pesquisa da história da arte. As transformações semânticas do vocábulo crônica e seu estabelecimento como espaço de expressão memorialística. A recuperação histórica da arte a partir do ponto de vista de Tarsila do Amaral. A formação e a presença de Tarsila do Amaral, no espaço artístico e literário do Brasil, como exemplo da participação feminina no contexto sócio-cultural da época. Estudo de crônicas escolhidas da autora, entre 1936 e 1952, com o objetivo de dar visibilidade a uma produção literária ainda situada fora do domínio crítico-literário.

Cristiane Agnes Stolet Correia

  Título: O trágico em questão: a reunião do fogo a despontar no sangue Y

Orientador(a):  Prof. Dr. Alberto Pucheu

Páginas: 116

Resumo

O foco da presente dissertação é o trágico. O emergir desta questão se dará principalmente pelo revisitar mítico (especialmente dionisíaco) e pelo perpassar das ambigüidades inerentes ao fogo, que o transpõem à condição de símbolo essencialmente trágico, onde vige a reunião do todo. A esse contexto se insere a interpretação de Bodas de Sangue, de Federico García Lorca. Na reunião do fogo a despontar no sangue, vige o limite do homem. Mas a busca de se adentrar a questão do trágico se revigora na tentativa de resgatar o seu saber e restituí-lo à sua condição de pensamento originário. Convergindo mitos, símbolos e poesia como que pelo atravessar de um raio, lança-se inexoravelmente na afirmação incondicional do mundo trágico pelo viés do pensamento.

 

Cristiane Brito de Oliveira

  Título: Representações da mulher oriental: orientalismo e literatura

Orientador(a):  Prof. Dr. João Camillo Penna

Páginas: 117

Resumo

A pesquisa aqui apresentada tem como objetivo demonstrar a existência e introduzir o estudo do estereótipo da mulher oriental. Geralmente quando se fala em mulher oriental se tem um conceito já formado, que cabe aqui questionar: de onde vem esse modelo, ou melhor, como esse modelo se solidificou a ponto de se tornar uma referência unânime pelo menos na literatura ocidental? Para isso, dois romances escritos no século XIX são estudados, período em que a mulher oriental estava no auge: Carmen de Prósper Mérimée e Salomé de Oscar Wilde. Juntamente com o modelo de mulher oriental, um outro, o de mulher fatal é também estudado. Sendo assim, esta pesquisa tem por objetivo, demonstrar que a mulher oriental é uma criação, aqui no caso, uma criação literária que se solidificou de tal maneira, que é quase impossível falar de Cleópatra ou Salambô, sem nos reportarmos a uma figura já definida, com pele levemente acobreada, um belo corpo, olhos intrigantes, gestos desafiadores, mas principalmente, com uma sensualidade imponente, acrescida, é claro, de um cenário quente no qual o derramamento de sangue é um elemento fundamental.

 

Deize Mara Ferreira Fonseca

  Título: Sentir com a imaginação: Edgar Allan Poe, Augusto dos Anjos e um gótico moderno

Orientador(a):  Prof(a). Dr(a). Vera Lucia de Oliveira Lins

Páginas: 122

Resumo

A partir de uma teorização sobre o Gótico, esta dissertação visa discutir a poética de Edgar Allan Poe, ressaltando seus aspectos góticos; como inauguradora da modernidade literária, ao estabelecer a postura crítica do poeta e o predomínio da imaginação criadora como elementos norteadores de seu projeto literário. O suporte teórico vem da analítica de Immanuel Kant sobre o Belo e o Sublime, dos princípios de crítica de arte estabelecidos pelo Primeiro Romantismo Alemão, em especial pelos fragmentos de Novalis e dos estudos do poeta francês Charles Baudelaire sobre Edgar Allan Poe. O poeta brasileiro Augusto dos Anjos recebe uma leitura comparada com Edgar Allan Poe, bem como uma análise de sua obra, centrada sobretudo nos pressupostos góticos apresentados ao longo deste trabalho. O eixo principal da dissertação é a análise e o comentário de poemas dos dois autores estudados, culminando com uma leitura comparativa de poemas de ambos, cuja abordagem da temática gótica utiliza elementos semelhantes.

 

Flavio Pereira Senra

  Título: A herança do período naturalista nas letras do século XX

Orientador(a):  Prof. Dr. Eduardo de Faria Coutinho

Páginas: 114

Resumo

Reflexão de cunho comparatista acerca da influência do período naturalista na literatura produzida no século XX. Para a análise, são feitos três cortes: João do Rio (início do século XX), Nelson Rodrigues (metade do século XX) e Rubem Fonseca (meio-final do século XX).

 

Giovane da Silva Santos

  Título: O jogo da escrita poético-filosófica de Drummond em sua produção em verso e prosa

 

José Eduardo Marques de Barros

  Título: Passagens ao poético: a correspondência de Paul Celan e Gisèle Celan-Lestrange

Orientador(a):  Prof(a). Dr(a). Vera Lins

Páginas: 129

Resumo

Estudo sobre a correspondência do poeta Paul Celan com sua mulher Gisèle Celan-Lestrange, visando encontrar, nas cartas, as passagens ao poético. Passagens que nos trazem as invenções celanianas e o surgimento dos poemas. A correspondência como “escrita de vida”, enquanto um lugar de construção e experiência da bio-grafia. Cicatricement, cicatriz sempre em movimento, verdadeiro operador da escrita celaniana. A estreita relação da poética de Paul Celan com a questão da melancolia.

 

Juliana Nascimento Berlim Amorim

  Título: Tradução do alemão para o português do livro Alte Meister, de Thomas Bernhard, antecedida de ensaio introdutório

Orientador(a):  Prof. Dr. Fabio Akcelrud Durão

Páginas: 249

Resumo

Tradução do livro Alte Meister, de Thomas Bernhard, do original alemão para o português do Brasil, complementado por ensaio introdutório. Exercício tradutológico, realizado a partir do original alemão e seu cotejo com as traduções francesa e estadunidense. Ensaio discorrendo sobre os seguintes temas: a importância do espaço dentro do livro; apreciação do museu tanto quanto espaço físico quanto espaço ideológico; onipresença do Estado austríaco no espaço do Museu de História da Arte; ponderações sobre o lugar da obra de arte no panorama do capitalismo tardio, em particular dentro do contexto da Áustria; a Áustria e a permanência de seu recente passado histórico; o perfil patologicamente adulterado das personagens centrais masculinas, sua relação entre si, tanto emocional quanto socialmente, suas relações com o feminino e a natureza; a arte da crítica; o intercâmbio entre crítica e arte e os diálogos entre as diversas manifestações artísticas. A conclusão confere importância ao processo de tradução no Brasil de obras de língua alemã, visto que a cultura germanófona segue afastada da maior parte dos brasileiros e seus documentos culturais são de difícil acesso, devido, sobretudo, a fatores financeiros e lingüísticos. Constatou-se que, dada a relevância do nome de Thomas Bernhard no cenário literário mundial, a tradução de Alte Meister se fazia premente, haja vista o alto nível de discussão filosófico-teórico-estética desenvolvida no texto.

 

Lina Arao

  Título: A trajetória da utopia em Jorge Icaza e Manuel Scorza

Orientador(a):  Prof. Dr. Eduardo de Faria Coutinho

Páginas: 117

Resumo

A América Latina caracteriza-se, entre outras peculiaridades, por uma grande diversidade cultural, que se expressa freqüentemente por uma relação desigual de poder entre seus diferentes grupos culturais. As tensões geradas pelo choque de interesses de cada um desses grupos e pelas contradições entre a vida cotidiana dessa população e o seu desejo de uma sociedade mais igualitária criam condições favoráveis para o surgimento de um pensamento utópico. Nesta dissertação, procuraremos mostrar, através de uma perspectiva comparatista, como a questão da utopia é tratada em três romances da região andina que têm como eixo a figura do indígena – Huasipungo, do equatoriano Jorge Icaza, Redoble por Rancas e La tumba del relámpago, os dois últimos do peruano Manuel Scorza. Para esse fim, traçaremos a trajetória do pensamento utópico nas três obras e examinaremos as relações entre esta questão e a gradativa tomada de consciência do indígena a respeito da exploração a que sempre esteve sujeito e de seu papel na sociedade. No romance de Icaza, apesar da simpatia devotada à figura do indígena, este é visto como incapaz de refletir ou agir, o que o impossibilita de desenvolver um pensamento utópico. Já em Redoble por Rancas, começa a surgir um processo de conscientização política, dando origem a uma espécie de “potencial revolucionário”, a uma reflexão sobre formas de se transcender a realidade, e em La tumba del relámpago desenvolve-se, finalmente, uma utopia, sob a forma de um impulso na direção de uma revolução socialista.

 

Luís Henrique Nobre de Miranda

  Título: Livros-objeto – fala-forma

Orientador(a):  Prof. Dr. André Bueno

Páginas: 139

Resumo

Análise crítica de uma série de trabalhos realizados pelo artista plástico Waltercio Caldas denominados de Livros-objeto, constituídos a partir de elementos advindos de dois sistemas de linguagem, a escrita e a imagem. Contextualização deste segmento de produção no espaço contemporâneo e conceituação da leitura que este tipo de trabalho sugere.

 

Mariana da Silva Lima

  Título: No jardim das cerejeiras: metamorfoses do drama na virada do século XIX

Orientador(a):  Prof. Dr. André Luís de Lima Bueno

Páginas: 117

Resumo

Este trabalho tem como objeto O jardim das cerejeiras, a última peça do escritor
russo Anton Pavlovitch Tchekhov (1860-1904). A abordagem consiste em relacionar a
inovação formal representada por esse texto aos eventos ocorridos na Rússia e no mundo
ocidental no período de vida do autor. Trata-se, portanto, de estabelecer conexões entre a
forma do drama moderno e a modernização da Rússia e do Ocidente.

 

Marianna Waltz

  Título: Teoria crítica na era da indústria cultural ou uma análise da derrota do esclarecimento

Orientador(a):  Prof. Dr. André Luiz de Lima Bueno

Páginas: 126

Resumo

Este trabalho tem o objetivo analisar a teoria crítica da sociedade e o pensamento dos intelectuais da Escola de Frankfurt – Adorno, Horkheimer, Marcuse e Benjamin –, com foco no desenvolvimento da sociedade capitalista industrial e de sua razão tecnológica, assim como no crescente aperfeiçoamento dos mecanismos da Indústria Cultural. O texto avalia a percepção dos autores sobre a tecnologia e a arte e sobre questões como o fetiche da mercadoria, o estabelecimento da divisão entre horas de trabalho e lazer, os mecanismos de manipulação dos indivíduos, a falsa democracia das massas, entre outras. Capítulo a capítulo é possível acompanhar as motivações para o pessimismo que caracteriza a fase final da teoria de Frankfurt e que também a torna alvo de suas maiores críticas.

 

Mercedes Formigo Fariña

  Título: Por uma leitura literária crítica e transformadora na escola de 1º grau

Orientador(a):  Prof. Dr. André Luiz de Lima Bueno

Páginas: 171

Resumo

O ensino da leitura como fonte de crescimento e de transformação pessoal e social. Políticas públicas de leitura. Multiplicar leituras e leitores como produto de um planejamento escolar co letivo. A apropriação da cultura das elites como direito de todos os cidadãos. A escolarização adequada da leitura como papel e função de todos os professores. Reflexão sobre a prática docente e discente. A impo rtância das salas de leitura. Leitura: diálogo permanente, arma interativa, inclusiva e transformadora do sujeito-leitor.

 

Milton Reis Cunha Junior

  Título: Paraísos e infernos na poética do enredo escrito de Joãosinho Trinta

Orientador(a):  Prof. Dr. Frederico Augusto Liberalli de Góes

Páginas: 166

Resumo

Análise de dez narrativas do carnavalesco Joãosinho Trinta, apresentadas para julgamento no quesito enredo, no desfile das escolas de samba do grupo especial do Rio de Janeiro, selecionadas no contexto de seus trinta de carreira, com o objetivo de mapear a recorrência dos núcleos temáticos de sua poética. O autor é o responsável pela introdução do elemento fantástico na construção dos enredos apresentados no desfile das escolas de samba.

 

Raiff Magno Barbosa Pereira

  Título: Eu canto, corro, grito, rio e nunca chego a ti” A imagética materna em Caetano Veloso.

 

Ricardo Alexandre Rodrigues

  Título: A poética da desutilidade: um passeio pela poesia de Manoel de Barros

Orientador(a):  Prof. Dr. Alberto Pucheu

Páginas: 100

Resumo

A presente dissertação é resultado de excursões feitas pela poesia de Manoel de Barros que nos chama atenção pela sintaxe fragmentada e pela contemplação de temas sem prestígio social, dentre eles a inutilidade e ociosidade dos objetos. Serão apresentadas aqui reflexões sobre a transfiguração de elementos triviais (prosaicos) e sem importância na sociedade em matéria poética. Pois, uma sociedade pautada no imediatismo e no utilitarismo, torna-se particularmente interessante investigar a presença de coisas sem préstimo na poesia. Nessa invertida será apontado o exercício de alargamento do horizonte das percepções praticado pelo poeta. Aparece assinalada nestas discussões a consciência crítica apresentada por Barros em seus escritos, o que confere a muitos de seus poemas a designação de metapoesia. A experiência de leitura dos mesmos nos convida a repensar nossos entendimentos sobre a escrita literária, sugerindo jogos de intertextualidade com pensadores da crítica literária. As idéias aqui propostas estão alinhavadas pelo pensamento barthesiano que se mostra como pólo de convergência das idéias da crítica literária contemporânea. Por fim, instigada pelas provocações de Manoel de Barros, esta dissertação pretende contribuir para ressaltar o indiscernimento existente entre poesia (a arte de modo geral) e pensamento.

 

Rogério Brambila de Carvalho

  Título: A ciência do real e a poiésis

Orientador(a):  Prof. Dr. Manuel Antônio de Castro

Páginas: 100

 

 

Sheila de Almeida Machado

  Título: Espacialidades cósmicas e histerias cronológicas: caminhos de gerações e utopias em Viva o povo brasileiro e Cem anos de solidão

Orientador(a):  Prof. Dr. Eduardo de Faria Coutinho

Páginas: 109

Resumo

Partindo de um diálogo entre os romances Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez, e Viva o povo brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro, esta dissertação se propõe estudar a relação entre o discurso literário e a construção de identidades na América Latina. Para isso, tomou-se como eixo a organização estrutural do tempo e do espaço em ambas as narrativas e a maneira como esses elementos se combinam para expressar a visão de mundo do autor. Examinaram-se também os principais eixos temáticos dos romances – as noções de geração e utopia –, bem como as suas relações com a questão da construção da nação, no caso da obra brasileira, e do continente latino-americano como um todo, no caso do livro de García Márquez. Embora não haja dúvida de que ambas as obras apresentam fortes denominadores comuns, verificou-se uma diferença significativa no que diz respeito à proposta do autor: enquanto em Cem anos de solidão, predomina um discurso anti-utópico, por meio do qual se vislumbra uma América Latina cuja identidade é marcadamente agônica e solitária, em Viva o povo brasileiro há um certo movimento utópico em que transparece a idéia de um Brasil em plena ascensão e regido pela esperança.

 

Venus Brasileira Couy

  Título: Escritas do corpo

Orientador(a):  Prof(a). Dr(a). Ana Maria Amorim de Alencar

Páginas: 222

Resumo

Este trabalho busca articular o corpo e a escrita. Território de passagem, espaço de produção de sentido e de discurso, o corpo constitui-se como suporte para a arte e para a escrita. As escritas do corpo se dão a ver na literatura, nas artes plásticas, na filosofia, na psicanálise, no cinema, na medicina, na arquitetura, na pedra da pólis, na carne do corpo, corpus, no qualencontramos as modificações corporais, as cirurgias plásticas, as queimaduras, as auto-mutilações, os implantes, as escarificações e as tatuagens.

 

Vitor Henriques

  Título: Razão e sensibilidade em Nietzsche e Fernando Pessoa: sobre pensamento afetivo e emoção intelectual

Orientador(a):  Prof. Dr. Ronaldes de Melo e Souza

Páginas: 92

Resumo

A dissertação apresenta um a antologia de passagens e fragmentos das obras de Nietzsche e Fernando Pessoa em torno das noções que ambos conferem à razão e à sensibilidade. Estas são entendidas através de uma complementaridade, levando-nos a defender a idéia de que a razão em Nietzsche é sempre uma razão afetiva, da mesma maneira que as sensações em Pessoa são sempre sensações racionalizadas. Volta-se para a teoria estética de Fernando Pessoa; nela, o poeta aponta para um trabalho racional frente às emoções que se pretendem poéticas, o que o leva a falar de uma “intelectualização das sensações”, logo, de emoções racionais. Esse contorno intelectual sobre as sensações também é visto em Nietzsche, com suas noções de “homem nobre” e de um pensamento movido por afetos.