dissertações

Quadriênio 2012 - 2009

Total de dissertações defendidas: 41

DISSERTAÇÕES DEFENDIDAS EM 2012

Total de dissertações defendidas: 27

Amanda Garcia Rendeiro

Título: LITERATURA E CIÊNCIA: DIÁLOGOS FICCIONAIS

Orientador(a):  Prof(a). Dr(a). Martha Alkimin de Araújo Vieira

Páginas: 96

Resumo

A presente dissertação tem como objetivo discutir e problematizar a presença da ficcionalidade não apenas na literatura, mas também em um campo, a princípio, impensável, ou seja, nas ciências. Para tanto, esta pesquisa se inicia com a apresentação dos vários semantismos da palavra ficção, detém-se, a seguir, no pensamento do filósofo Hans Vainhnger, que estabeleceu uma taxionomia para as ficções no campo das ciências e, por fim, percorre as reflexões de Wolfgang Iser tanto a respeito da especificidade da ficção literária, seu estatuto, natureza e função, quanto sobre o ato de ler. Forma de conhecimento privilegiada a ficção, seja na literatura, seja nas ciências, permite o estabelecimento de um diálogo entre esses campos que parecem tão distantes um do outro. Nesse sentido, pode-se afirmar que não existe entre literatura e ciência a supremacia desta última, pois ambas, considerando a particularidade das ficções que realizam, sugerem o quanto as ficções são formas de mediação com a realidade, assim como evidenciam a complexidade de nossas relações com o mundo e a vida.

 

André Vinicius Lira Costa

Título: POÉTICA E MORTE NA ERA DO CIBORGUE

Orientador(a):  Prof. Dr. Manuel Antonio de Castro

Páginas: 134

Resumo

A morte é uma questão universal. Em todos tempos e culturas, os homens viveram na vigência do fenômeno da morte, em vista do qual faziam a experiência da sacralidade da vida. Na pós-modernidade, contudo, a abissalidade do enigma da morte é confrontada a passos largos pelo progresso técnico, que visa a tornar os homens senhores do real, especialmente de seus próprios corpos, entendidos como organismos, sistemas de funções: verdadeiros ciborgues. Argumentamos pela essencialidade da morte, que não se limita a ser o fato do término da vida, mas atravessa-a enquanto vigência do nada. Enraizado no nada, o ser pode mais uma vez ser experienciado como poético, pois não se restringe a uma definição humana, deixando surgir o acontecimento como acontecer, sempre no limiar de vida e morte.

 

Bruno Bazilio Bentolila

Título: REAPROPRIAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES EM PHAEDRA´S LOVE DE SARAH KANE– ESTUDO SOBRE A RELEITURA TRÁGICA NA CONTEMPORANEIDADE

Orientador(a): Prof. Dr. João Camillo Barros de Oliveira Penna

Páginas: 167

Resumo

A Dissertação problematiza a questão da releitura da tragédia clássica pela contemporaneidade, em específico a escrita de Phaedra´s Love (O Amor de Fedra), realizada pela dramaturga inglesa Sarah Kane em 1996. A proposta desta reflexão inclui pensar como a re-escritura desta peça opera na transposição de uma ação “fora-de-cena”, encontrada desde o texto senequiano e suas releituras subsequentes, até o uso “dentro-de-cena”, proposto como gesto pós-moderno em si, assim como as demais transformações ideológicas que isso impõe.

 

Bruno Domingues Machado

Título: A DINÂMICA DE DELEUZE

Orientador(a):  Prof(a). Dr(a). Ana Maria Amorim de Alencar

Páginas: 109

Resumo

Esta dissertação tem por objeto a lógica pela qual Deleuze constrói seus conceitos, e a dinâmica do real implicada por essa lógica: quando dinâmica e lógica se entrecruzam. Uma lógica que afeta diretamente o real; uma lógica que se torna um afeto do real. Para isso, a tentativa será a de mostrá-la – lógica ou dinâmica – em ação, por meio de noções que a façam e, ao mesmo tempo, extraiam algumas de suas consequências.

 

Carlos Andrés Alcalde Fuenzalida

Título: LA TORMENTA DE MIERDA: UMA LEITURA DO PRESENTE ATRAVÉS DA NARRATIVA DE ROBERTO BOLAÑO E DA OBRA DE WALTER BENJAMIN

Orientador(a):  Prof(a). Dr(a). Vera Lins

Páginas: 112

Resumo

Esta dissertação é fruto da combinação de leituras de Walter Benjamin, literatura de ficção científica e literatura brasileira contemporânea, sobre a base da obra de Roberto Bolaño, cujo romance 2666 contém uma mensagem importantíssima para a compreensão da nossa época. A ideia principal consiste em que, com 2666, Bolaño construiu um emblema que retrata nossa época. Para isso se investigou 2666 em paralelo com o livro A origem do drama barroco alemão, de Walter Benjamin.

 

Daniela de Oliveira Carvalho

Título: OS ANÉIS DE SATURNO DE W.G. SEBALD Uma representação literária sobre a História Natural da Destruição

Orientador(a):  Prof(a). Dr(a). Eleonora Ziller Camenietzki

Páginas: 108

Resumo

Neste trabalho o leitor irá encontrar uma análise sobre o livro Os Anéis de Saturno, de W.G. Sebald, cuja forma ensaística se configura como uma representação estética possível da violência implicada no projeto civilizacional europeu. Através de seu modo de narrar podemos revisar alguns dos pressupostos epistemológicos presentes na representação literária dos séculos XIX e XX, aos quais se correspondem determinados movimentos da história e da cultura, de modo a entrevermos uma forma literária contemporânea capaz de exercer a função de um despertar da consciência crítica a respeito de problemas específicos do nosso tempo. W.G. Sebald é o autor narrador desta prosa que, num percurso circular, partindo de fragmentos efêmeros e particulares sensíveis, aspectos comuns a uma sensibilidade pós-moderna, toca com precisão na crítica materialista da História.

 

Daniella Ferreira

Título: O COTIDIANO DA LOUCURA ASILADA: Lima Barreto presencia o cemitério dos vivos

Orientador(a):  Prof. Dr. André Luiz de Lima Bueno

Páginas: 100

Resumo

Entre os laços que estreitam o fato e a ficção, esta dissertação pretende dar enfoque ao cotidiano da loucura, a partir de uma análise detalhada da construção do Diário do Hospício e de O cemitério dos vivos, de Lima Barreto. Durante o seu trajeto pelo hospício, o autor remonta aspectos marcantes da sociedade brasileira da Primeira República e utiliza a literatura como um projeto militante.

 

Elaine Zeranze Bruno
Título: MONSIEUR CHAT NO MUNDO DA MEMÓRIA Chris Marker e o photo-roman La jetée Orientador(a):  Prof. Dr. André Luís de Lima Bueno Páginas: 144 Resumo O presente trabalho tem a pretensão de realizar uma análise crítica da obra La jetée do cineasta Chris Marker. Começando a partir de seu percurso artístico, em que são citadas e brevemente analisadas suas obras de maior relevo e também suas participações em diversos movimentos culturais e militantes que o ajudaram a formular um estilo único de fazer cinema, que combinando de modo extremamente original fotografia, literatura e cinema chegou ao denominado cinema ensaio, ou seja, provoca a reflexão contrariando a Indústria Cultural do Cinema que oferece formas prontas para o espectador. É fundamentada na sua trajetória e na fortuna da Teoria Crítica que La jetée, sua única obra de ficção, será analisada, em que condensado em menos de 30 minutos, um filme feito unicamente de fotos fixas e apenas uma imagem em movimento alcança pelo meio de sua história ficcional descongelar o sentido da história, despertar o inconsciente político e contestar o próprio estatuto da imagem.
Felipe Forain Marques
Título: PERCURSO DE UMA TRAVESSIA PELO SILÊNCIO Orientador(a):  Prof. Dr. Manuel Antônio de Castro Páginas: 171 Resumo Este trabalho tem como proposta pensar o silêncio em sua relação poética com a linguagem. Para tanto, busca-se estabelecer um diálogo com a poesia, com a filosofia e algumas correntes do pensamento oriental. A partir da reflexão das concepções mais comuns de silêncio (entendido por oposição à linguagem e ao som), manifesta-se a impossibilidade de desdobramento do tema proposto pelos métodos tradicionais de pesquisa, o que exige uma abordagem poética. Surpreendentemente, o silêncio gradualmente revela-se não apenas assunto, mas um caminho próprio e inovador para o pensar, compreendido como serenidade. Essa perspectiva abre possibilidades para uma revisão do sentido do poético e da linguagem, em que esta, em lugar de capacidade humana de comunicar-se, se revela mundo em sua manifestação. Assim, em vez de opor-se à linguagem, o silêncio passa a configurar um lugar de profunda importância para a experienciação da realidade.  
Gabriel Rodrigues Lanhas
Título: A VIDA ASSUBJETIVA DENTRO E FORA DO HOMEM Orientador(a):  Prof. Dr. João Camillo Barros de Oliveira Penna Páginas: 114 Resumo Este trabalho tenta percorrer e liberar os caminhos impostos pelo homem à vida. Dividido em três partes — Política, Filosofia e Arte —, descobre a abertura própria à ética, ao pensamento e à estética, distanciando-se cada vez mais da condição humana e de seus limites naturais e subjetivos. A dissertação começa pelo estudo do corpo político e da sexualidade em Michel Foucault, apresentando a relação de poder que a partir da idade moderna — final do século XVIII e início do século XIX — investiria sua energia diretamente sobre a vida; ou seja, como daí em diante a política se transformaria de vez em biopolítica. A seguir tal questão é retomada para além do Direito constituído, onde os desafios imediatos de se enfrentar a judicialização da vida são pensados e problematizados ao lado da teoria jurídicopolítica de autores como Negri, Agamben, Kelsen e Schmitt. Depois, no centro de tudo, voltamo-nos para Espinosa e a Ética a fim de expandir o horizonte e o conceito de liberdade como a afirmação de novos modos de expressão. Nesse ponto, é definida a tarefa da filosofia: envolver e inventar a todo o momento novas possibilidades de vida, novas práticas, novas máquinas, novos corpos, novas ideias, novas existências, por meio de um turbilhão de forças que sempre nos invade e escapa ao nosso controle, face a face com o caos, dilacerando todas as formas já conhecidas; pois a vida singular vestida pelo lado de fora passa agora ao pensamento pelo lado de dentro, enquanto somos todos levados a devir uma pedra, uma planta, um animal, uma poesia… Encontramos, enfim, a filosofia e o vitalismo em Gilles Deleuze dirigindo-se ao lado de fora e ao plano assubjetivo, produzindo o incondicionado e o imanente, a diferença e o caos, ou simplesmente uma vida nova dentro de nós. É aí que as autobiografias de Marguerite Duras, Thomas Bernhard e Roland Barthes irão compor outros planos através da arte, criando os seus próprios afetos e perceptos para expor a ferida do homem e encarnar o Acontecimento que é a Vida mesma.  
Jun Shimada de Vasconcellos Brotto
Título: AS LACUNAS DA FORMAÇÃO: A EDUCAÇÃO E O OLHAR DE JANE EYRE Orientador(a):  Prof. Dr. Manuel Antônio de Castro Páginas: 123 Resumo Procuramos aqui pensar as possibilidades oferecidas pelo romance Jane Eyre, de Charlotte Brontë, ao pensamento acerca da educação. Assim, tentamos desenvolver um diálogo entre nosso pensamento, o mencionado romance de formação e a tradição da literatura e da educação no Ocidente. Para isso, revisitamos os fundamentos dessa tradição, organizados sob os termos genéricos “exemplo”, “função” e “experiência”, e o modo como a tradição, sobretudo filosófica, os dispõe. Por fim, tentamos pensar qual a repercussão desse redimensionamento literário para a educação contemporânea, e que novas propostas ele coloca.  
Karin Hallana Santos Silva
Título: ESTRATÉGIAS DE SUBVERSÃO: A (DES)IDENTIDADE EM VIVA O POVO BRASILEIRO Orientador(a):  Prof. Dr. Eduardo F. Coutinho Páginas: 101 Resumo O objetivo deste trabalho é discutir a representação da identidade brasileira no romance Viva o Povo Brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro a partir de uma perspectiva pós-colonial. As estratégias de subversão dos conceitos de Nação, Discurso e História problematizam a concepção de identidade nacional construída em duas obras paradigmáticas da literatura brasileira: Iracema, de José de Alencar e Macunaíma, de Mário de Andrade. Como ponto de partida, a narrativa transforma o subalterno de objeto enunciativo em sujeito da enunciação e, ao dar voz ao excluído, desconstrói o referencial identitário canônico. O conceito de Identidade aqui é problematizado no sentido teorizado por Stuart Hall (2006), e sua desconstrução prevalece como a percepção de que uma identidade mestra já não satisfaz o consenso do imaginário cultural, advindo daí a noção de fragmentação, de uma identidade móvel que se transforma e se renova constantemente  
Leonardo Lusitano Mósso
Título: HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA: DIÁLOGO POR UMA EDUCAÇÃO POÉTICA Orientador(a):  Prof. Dr. Manuel Antônio de Castro Páginas: 104 Resumo O presente trabalho consiste numa reflexão sobre a possibilidade do ensino e aprendizagem de história como algo a ser aprendido durante o caminhar, levando-nos até a plenitude. Sem a pretensão teórica de dar conta de novas possibilidades historiográficas, buscando tratar de romper com modelos científicos e não apenas de criar mais um. A realidade não pode ser fechada e sim apenas aberta. O diálogo entre história e arte, possibilita que os processos históricos, dialogando as questões que imanam de obras de arte, acolham um tempo do acontecer: quando a questão traspassa o aluno, o tempo histórico quanto mais se volta ao passado, mais volta-se ao futuro, porque compõe o aluno em sua dimensão humana: o que acontece é uma experienciação e não simples acúmulo de conhecimento, o que permite a dobra entre funcional e poético: não excluindo conhecimento, conceitos e recursos técnicos, mas valorizando uma educação a ser experienciada durante a vida, como caminhada, como desenvolvimento de questões. Talvez essa seja a maior honestidade possível hoje a um historiador no Brasil: deixar o futuro sonhar o presente, já vigente no passado e fundado na memória.
Luciana G. Barboza
Título: Cabo das Tormentas e a esperança do não Orientador(a):  Prof. Dr. Ronaldo Lima Lins Páginas: 170 Resumo O livro de estréia do escritor Gerardo Mello Mourão (1917-2007), Cabo das Tormentas, publicado em 1950, constrói uma poética disposta a exprimir o drama do desterro, físico e metafísico, que assola o homem na modernidade. A dissertação pretende refletir sobre essa busca, numa leitura interpretativa detalhada dos poemas. Será estudado que uma poética do exílio perpassa a obra do autor, desde o primeiro livro. Temas como a esperança, o luto, a tradição elegíaca, o estudo dos gêneros épico e lírico, serão trabalhados através do confronto com a obra de diversos poetas como Dante, Ovídio e Camões.
Luiz Costa Lima
Título: o triângulo e a pirâmide Orientador(a):  Prof(a). Dr(a). Martha Alkimin de A. Vieira Páginas: 176 Resumo Atendo-se aos três conceitos fundamentais da mímesis artística, da ficção literária e do controle do imaginário, este trabalho propõe desenvolver uma interpretação da especificidade e dos problemas implicados na obra de Luiz Costa Lima a partir da caracterização de seu projeto construtivo sob o prisma de uma “crítica da razão estética”, conforme a expressão de Benedito Nunes. Toma-se como eixo condutor o diálogo que sua pesquisa estabelece com a primeira e a terceira críticas de Kant, procurando situar as dificuldades que sua leitura impõe no quadro de formação histórica do estatuto da crítica literária na modernidade. No ponto de partida do percurso analítico proposto encontra-se o esboço de uma arqueologia do território discursivo da crítica que se encaminha progressivamente para três frentes de investigação, aqui apenas entrevistas. Centradas numa reversão das categorias centrais de seu triângulo teórico, estas apontam, respectivamente, para os temas da mímesis do crítico, do “como se” que atualiza sua poiesis e dos mecanismos de controle exercidos sobre a própria criticidade, sob a cláusula de um veto à prática teórica. Com esta tríplice “leitura pelo avesso” procura-se verificar tanto o alcance como os limites das categorias nucleares da obra de Costa Lima, propondo uma aproximação capaz de identificar a própria aporia que a sustenta, centrada na problemática do valor estético.  
Manuel Alejandro Rodríguez Rondón
Título: RAÇAS, NATUREZAS, EUROCENTRISMOS: AS VISÕES DE CLAUDE LÉVISTRAUSS E HERBERT BALDUS SOBRE OS INDÍGENAS DO BRASIL Orientador(a):  Prof. Dr. Eduardo de Faria Coutinho Páginas: 144 Resumo Desde o século XIX, a antropologia tem sido a disciplina autorizada para produzir conhecimento sobre os grupos humanos culturalmente estranhos ante os olhos do Ocidente, também chamados povos exóticos. Através da etnografia, esta disciplina tem produzido, além de informações científicas sobre cada etnia, imagens sobre o ‘outro’ e formas de entender a alteridade vinculadas com relações de poder e dominação, que partem da Europa como centro do mundo. A presente dissertação compara as visões de mundo presentes em Tristes trópicos de Claude Lévi-Strauss e em etnografias e ensaios de Herbert Baldus sobre os indígenas do Brasil, focalizando sobretudo as formas como o índio e o etnógrafo são construídos nesses textos, o projeto etnográfico no qual se inscrevem e as categorias a partir das quais cada autor estabelece as diferenças entre o ‘eu europeu’ e o ‘outro nativo’. A análise revelou que, embora ambas as cosmovisões compartilhem formas de representar o nativo americano a partir da dialética ‘homem selvagem–bom selvagem’, elas correspondem a duas modalidades distintas de eurocentrismo que se ancoram na natureza, no caso de Lévi-Strauss, e na raça, no caso de Baldus.  
Maria Castanho Caú
Título: OLHAR O MAR – Woody Allen e Philip Roth: a exigência da morte Orientador(a):  Prof. Dr. Ronaldo Lima Lins Páginas: 193    
Mauro Sergio de Jesus Apolinário
Título: FOTOGRAFIA: POÉTICA DO INSTANTE CONTÍNUO Orientador(a):  Prof. Dr. Eduardo Mattos Portella Páginas: 124    
Nathali Ramos Moura
Título: ESPAÇOS DE MEMÓRIA EM AS PARCEIRAS & A SENTINELA, DE LYA LUFT Orientador(a):  Prof(a). Dr(a). Angélica Maria Santos Soares Páginas: 117    
Renata Vale Ribeiro
Título: A CONTRARREGRA DA CENA PÓS-MODERNA: anti-ilusionismo e distanciamento, de Brecht a von Trier Orientador(a):  Prof. Dr. Ronaldo Lima Lins Páginas: 182    
Renato Pardal Capistrano
Título: SARTRE E O DIFÍCIL CURSO DA LIBERDADE – aspectos narrativos em Os caminhos da liberdade Orientador(a):  Prof. Dr. Ronaldo Lima Lins Páginas: 182    
Victor Figueiredo Souza Vasconcellos
Título: “Fuzil BIC” e Tamborzão: negociações políticas, simbólicas e estéticas no romance de Ferréz e nas músicas de Menor do Chapa. Orientador(a):  Prof. Dr. João Camillo Barros de Oliveira Penna Páginas: 135    
Visconti Leitor
Lucas Bandeira de Melo Carvalho
Luiz Guilherme Barbosa
Pedro Barnez Pignata Cattai
Patricia Marouvo Fagundes

DISSERTAÇÕES DEFENDIDAS EM 2011

Total de dissertações defendidas: 06

Carlos Eduardo Fraga da Silva

Título: Livro infantil e seus poderes: a força que tem e as que agem sobre ele

Orientador(a):  Prof(a). Dr(a). Martha Alkmin

Páginas: 100

Resumo

O objetivo desta dissertação é relacionar a literatura infantil com as condições históricas e sociais que lhe deram origem e ainda são determinantes na sua produção. Surgida na Europa do século XVIII trás em si as marcas deste período de afirmação da burguesia e do início do que se tornaria uma indústria cultural de massa.
O romantismo foi outra influência que perdura até os dias atuais em grande parte da produção. Não só numa espécie de idealização da infância como também na forma de ver a literatura e a arte em geral. O ideário romântico está presente nesta dissertação. É com ele que indiretamente muitas vezes debatemos, pois acreditamos ser uma forte influência até os dias atuais nos textos dirigidos a crianças.
No primeiro momento são analisadas as condições históricas que propiciaram o nascimento de uma literatura infantil. Desde o seu início sempre esteve ligada a uma ideologia burguesa. Depois é analisado um texto da autora portuguesa Sophia Andersen. É um texto para crianças que justamente foi escolhido por lhes mostrar o início da formação do mundo burguês. Um texto que tenta conscientizar a criança da sua condição. A sociedade burguesa operou grandes separações. Separou os campos do saber: Isolou o estético do gnosiológico e do ético. Com isto reduziu muito o poder revolucionário tanto da arte como da ciência. Isolou também a criança do mundo através dos cuidados da família e dos muros da escola. Isto enfraqueceu os indivíduos, tornando-os obedientes e adaptados ao sistema. Diminuiu muito sua potência de pensar e agir.
É defendido que um texto emancipatório para crianças é aquele reduz a distância entre a criança e o mundo, um texto que a reaproxime da vida social. Um texto que não separasse estético do gnosiológico e do ético, que fosse além das preocupações estéticas, também poderia ser altamente emancipatório. Por isso analisamos aqui o ensaio, texto com estas características, e a possibilidade de sua utilização também para crianças. Não é a proposta aqui sugerir modelos ou normas para textos literários. Isso não teria nenhum sentido dada a singularidade da produção artística. O que se propõe no final da dissertação é se pensar a possibilidade também de um outro tipo de texto para crianças com outras preocupações além da estética.

 

Fábio Galera Moreira

Título: A caminho da poesia: a instauração do vigor poético como acontecimento

Orientador(a):  Prof. Dr. Antonio Jardim

Páginas: 161

Resumo

Este trabalho pretende pôr em questão os fundamentos da investigação poética, objetivando abrir caminho para uma interpretação mais originária do acontecimento da poesia. Evitando as interpretações literárias fundadas numa compreensão metafísica, o trabalho propõe a investigação da instauração do vigor poético como acontecimento da verdade, procurando dimensionar o que há de mais próprio nesta busca. Esta perspectiva de investigação é fundamentada no pensamento do filósofo Martin Heidegger. Para este intento, afirmamos o primado da poesia, em detrimento das interpretações que buscam a descrição da forma e a categorização do conteúdo. Analisamos a relação entre a arte e o crítico literário, segundo a busca por uma relação proposicional de correção entre o objeto e a proposição afirmativa, o que acaba gerando o fundamento para o juízo estético. O trabalho refletiu também sobre a constituição existencial da Abertura, conceito caro ao pensamento que procura dimensionar o homem enquanto ser-no-mundo. Tematizamos ainda o silêncio da linguagem, abordamos a questão da correspondência entre o ser e a linguagem e tratamos da dimensão da verdade da palavra. Os resultados que pudemos obter mostram que o próprio do fenômeno poético referese à apropriação do acontecimento da verdade, entendida como alétheia, e também à apropriação de tempo/espaço na Abertura. A obra poética, compreendida segundo uma atitude de apropriação, provoca o obrar da obra numa dimensão em que o fazer humano perde o controle sobre o mostrar-se das palavras, instaurando a poesia num vigor mais essencial do que as categorizações do fenômeno literário.

 

Fábio Santana Pessanha

Título: A hermenêutica do mar em Virgílio de Lemos

Orientador(a):  Prof(a). Dr(a). Carmen Lucia Tindó Ribeiro Secco

Páginas: 179

Resumo

Uma poética talássica… hermenêutica de águas e letras escrita a partir da comunhão que procuramos ter com os cinco poemas iniciais de Para fazer um mar, antologia que reúne um mosaico de olhares, que perpetua a transitividade entre ilhas e Índico, atravessando e ressoando o fazer poético de Virgílio de Lemos. Cinco sonetos foram lidos, interpretados e, por que não, vividos a partir dos mundos realizados no curso da leitura que empreendemos: correntes marítimas em cadência de poesia. Cinco poemas, cinco composições de ondas, cinco maneiras de estar vivo e de concentrar possibilidades de pensar a realidade, de ser mar, de ser humano, de ser.

 

Hugo Langone Machado

Título: A te morientem: veredas da ficção literária no pensamento de Santo Agostinho

Orientador(a):  Prof(a). Dr(a). Martha Alkimin de Araújo Vieira

Páginas: 100

 

 

Jucilene Braga Alves Mauricio Nogueira

Título: A busca por um “exacto limite”: modos de ser e de dizer em ritos de passagem, de Paula Tavares

Orientador(a):  Prof(a). Dr(a). Angélica Maria Santos Soares

Páginas: 86

Resumo

Este trabalho apresenta um estudo sobre o primeiro livro de poesias da escritora angolana Paula Tavares, Ritos de Passagem (1985). Os poemas que o compõem propuseram reflexões críticas sobre a construção de um sujeito lírico que busca seu modo dizer, sua voz. Nesse sentido, observa-se que os versos delineiam caminhos que viabilizam a recriação desse processo de construção de identidade e exploram, por meio da palavra ou do silêncio, do excesso ou do vazio, as angústias de uma persona que é acentuadamente angolana e mulher. Destaca-se a forte presença da tradição na referida obra caracterizando-se como instrumento potencial para construção de uma nova realidade. Percebem-se ainda o erotismo e a memória como caminhos do discurso literário. A abordagem teórica contempla, principalmente, o estudo de Lucia Castello Branco sobre o feminino e a memória, as reflexões memorialísticas apresentadas por Ecléa Bosi, além das relações entre poesia e erotismo defendidas por Octavio Paz e Georges Bataille.

 

Natália da Silva Gama

Título: Partituras literárias: duo para Marcel Proust e René Girard

Orientador(a):  Prof(a). Dr(a). Vera Lins

Páginas: 104

Resumo

Neste trabalho propomos uma leitura do romance Em busca do tempo perdido de Marcel Proust em parceria com a teoria do desejo mimético desenvolvida por René Girard. Privilegiamos para essa leitura o processo de reconhecimento da mímesis no desejo e a sua implicação tanto na literatura como na vida. Para nos auxiliar nesse projeto, recorremos aos estudos sobre a memória involuntária e a sua relação com o romance, pois se a memória transfigura o objeto, o romance nos descreve não como uma ilusão vivida no momento do desejo, mas como uma ilusão nova. A partir dessa perspectiva, acompanhamos o trabalho do narrador de salvaguardar na obra literária o tempo de outrora em seus enganos e desenganos. Tarefa de refazer travessias imaginárias, caminhos da memória, ficções, tempos perdidos e recuperados. Malhas de um pentagrama sobre o qual a escrita literária se impõe. História de um canto. Partitura para o concerto de Em busca do tempo perdido na nossa interpretação de Proust e Girard

 

DISSERTAÇÕES DEFENDIDAS EM 2010

Total de dissertações defendidas: 11

Gregory Magalhães Costa

Título: Grande canção: civis – a Musa no texto em forma de espiral

Orientador(a):  Prof. Dr. Ronaldo P. Lima Lins

Páginas: 285

Resumo

A dissertação “Grande Canção: Civis” busca extrair verdades civis das fábulas rosianas do Sertão, sobretudo no que diz respeito à tensão da primitividade, enquanto originalidade, e a imposição da civilização, encenada por meio da cena do julgamento e, não só, mas principalmente por meio do personagem Zé Bebelo. O Grande Sertão é visto como uma Grande Canção e a narrativa riobaldiana como um canto musal de sofrimento pela irreparável perda de Diadorim, representado, sobretudo, pela canção de Siruiz. A dissertação faz uso da fortuna crítica acerca da obra rosiana e situa-se na tangente das correntes que a constituem: a exegética, a sociologia e a mística

 

Janaína Laport Bêta

Título: Madras: as dobras do sagrado no tecido poético de Artur Bispo do Rosário

Orientador(a):  Prof. Dr Manuel Antônio de Castro

Páginas: 155

Resumo

Desejo neste estudo habitar as obras que através de Arthur Bispo do Rosário vieram à presença. Uma busca por restaurar a potência do olhar pensante, habitando o que nelas se doa. Habitar é de-morar. De-morando no olhar a possibilidade de retorno ao ver inaugural, ao espanto, ao não-visto de tudo aquilo que vem à presença. Re-conhecendo, no que não se doa em totalidade ao ver, num resguardar-se, o vigorar inesgotável da própria Arte. Entrever a silenciosa e originária fonte de todo o não-visto: A Linguagem, essência da arte, morada do ser. Nas obras sua fala. As mais de oitocentas obras de Bispo o revelam como um dos guardiões dessa morada. A Linguagem fala através das obras, mas por vezes é inaudível, abafada por ensurdecedor ruído dos muitos conceitos que a história da arte enquanto disciplina formula, brada. Conceitos que disseminam ainda espécie de miopia que oculta a verdade ao submeter a Arte à razão. O exercício de pensamento proposto não buscará catalogar ou conceituar, mas dialogar com questões corporificadas em obras na condição poética do a-se-pensar. Contudo, questões que permeiam o universo de Bispo são complexas. Paradoxalmente afirmamos que tal complexidade se dá pela simplicidade que as constituem. Desabituamo-nos com o simples, soterrados sob montanha de teorias estéticas. Há que se ajustar as lentes. No percurso, avistaremos conceitos: contemporâneo, subjetividade e vanguardas artísticas – lotes lindeiros, quase miragens, ladeando veredas do próprio, do delírio inspirado, caminho que conduzirá à questões da ordem do tempo, da loucura e do sagrado.

 

Jander de Melo Marques Araújo

Título: Walter Benjamin: uma perspectiva literário-filosófica a partir de rua de mão única e infância berlinense por volta de 1900

Orientador(a):  Prof(a). Dr(a). Martha Alkimin de Araújo Vieira

Páginas: 106

Resumo

A proposta da dissertação é, num primeiro momento, a defesa do viés literário no escritor alemão Walter Benjamin; busca-se enfatizar seus aspectos literários, mas não se esquecendo, a seguir, do teor filosófico do autor. Partindo desses pressupostos, a dissertação segue com a formulação de uma hipótese a que denominei filosofia em ato. Tal conceito é discutido a partir das obras mais literárias de Walter Benjamin, a saber, Rua de mão única e Infância berlinense por volta de 1900. Fazem parte também do conteúdo do trabalho considerações sobre linguagem, relacionadas especificamente à Infância berlinense, bem como a abertura de uma poética para o autor analisado.

 

João Paulo Goss Coelho

Título: Dança – Encaminhamento poético do repouso

Orientador(a):  Prof. Dr. Manuel Antonio de Castro

 

Leandro Nascimento Cristino

Título: A metáfora do jogo e a resistencia pela ginga: percepções do malandro na literatura brasileira

Orientador(a):  Prof. Dr. Frederico Augusto Liberalli de Góes

 

Marcela Leite Medina

Título: O secreto bailado do mar: uma leitura de No tempo dividido e Mar Novo de Sophia de Mello Breyner Andresen

Orientador(a):  Prof(a). Dr(a). Angélica Maria Santos Soares

Páginas: 106

Resumo

Essa leitura de No Tempo Dividido e Mar Novo é um exercício de interpretação que se move no diálogo de Sophia de Mello Breyner Andresen com a vasta mitologia mediterrânea (sobretudo com a que antecede a cultura indoeuropéia). Para além das maravilhosas estórias de deuses e homens, e orientados, principalmente, pelos pensamentos de Walter Otto e Eudoro de Souza, buscamos o universo religioso dos mitos: rituais que, de fato celebravam a maravilhosa presença dos deuses. Nesse sentido, privilegiamos Homero e Hesíodo; a beleza divina de seus versos nos conduziu por uma luminosidade de poesia em que forças míticas e poéticas relacionam-se intimamente no corpo das imagens, secreto bailado do mar.

Marco Aurelio Reis

  Título: A crônica de Léo Montenegro: um olhar sobre o carnaval do subúrbio do Rio entre 1965 e 2003

Orientador(a):  Prof. Dr. Frederico Augusto Liberalli de Góes

Páginas: 157

Resumo

A presente dissertação busca resgatar crônicas escritas pelo jornalista Léo Montenegro no matutino carioca O DIA entre 1965 e 2003, ano de sua morte. A proposta foi buscar, nessas crônicas, traços de continuidade com a tradição literária nacional, em particular com a retratação do malandro, do cronismo sobre o subúrbio da cidade do Rio de Janeiro e com os textos dos cronistas de Carnaval, os chamados cronistas de Momo. O primeiro passo foi localizar e recuperar em parte crônicas que estão em sua totalidade arquivadas em empresa privada, de acesso restrito. Pontuar o estado atual em que se encontra tal acervo. Depois a proposta foi descobrir sinais claros de continuidade com o cânone literário, em especial com a obra de Lima Barreto, com a chamada dialética da malandragem e com o cronismo de Momo. Por fim, resgatou-se todo o conjunto de textos citados, entre eles o raro texto inaugural do autor no cronismo diário.

 

Mauricio Chamarelli Gutierrez

  Título: Mar e desterritorialização: questões de escrita e devir em uma leitura de Deleuze e Melville

Orientador(a):  Prof. Dr. Alberto Pucheu Neto

Páginas: 109

Resumo

Este trabalho busca tecer uma leitura conjunta da obra-prima Moby Dick, de Herman Melville e de alguns conceitos da filosofia de Gilles Deleuze. Para tanto partimos ao mesmo tempo da diferença que Ismael, o narrador do romance, faz entre o mar e a terra – como duas possibilidades do espaço – e do conceito deleuzeano de devir. Em seguida, tendo em vista a reflexão de Deleuze sobre a figura do personagem Original de Melville como o traidor da ordem estabelecida e desencadeador de devires, procedemos a uma análise das linhas de força que definem alguns personagens marcantes de Moby Dick: o arpoador Queequeg, o náufrago Pip, o primeiro imediato Starbuck, o capitão monomaníaco Ahab, e ainda o protagonista da novela melvilleana Billy Budd, marinheiro. Feito isso, nos voltamos mais uma vez para o narrador Ismael, figura paradoxal e fugidia. Duplamente traidor, Ismael encarna uma espécie de síntese da selvageria marítima e da hospitalidade terrena, reunindo os termos que ele próprio havia separado. Para melhor darmos conta desta complexa figura, torna-se necessária uma problematização da escrita e do testemunho, para o que trazemos as reflexões tecidas por Giorgio Agamben em O que resta de Auschwitz. Sendo assim, somos levados a concluir por um entendimento da linguagem, a partir da ótica do testemunho de Ismael e da reflexão agambeniana, como o lugar de uma radical selvageria traidora e marítima: um devir, como diria Deleuze.

 

Raphaella Mendes Silva de Castro Lira

  Título: Escrever é trair: o labirinto do falso em Jorge Luis Borges

Orientador(a):  Prof. Dr. Eduardo de Faria Coutinho

Páginas: 101

Resumo

O gênero autobiográfico sempre esteve alojado no terreno das incertezas. Fruto híbrido de relato pessoal e ficcional, a autobiografia é um perfil psicológico de um determinado eu, que coloca em jogo diversos problemas, como a memória, a construção da personalidade e mesmo a auto-análise. Outros dois gêneros relacionados à autobiografia e também marcados por grande indefinição são a biografia, espécie de retrato que visa iluminar, por meio da narração em terceira pessoa, a personalidade de um indivíduo, e a autoficção, um dos gêneros que mais se destacou nos últimos anos. Problemáticos, questionados e também motivadores de questionamentos distintos, os três formam o poliedro teórico que servirá como base para o desenvolvimento do presente trabalho. No espaço intermediário entre ficção, autoficção e (auto)biografia, encontra-se a obra de Jorge Luis Borges, escritor que nunca hesitou em fundir o factual e o imaginário em sua prosa e que, por esse mesmo motivo, deixou como legado uma das obras mais ricas da literatura hispano-americana. Assim, nos indagamos como abordar um texto de Borges, no qual todos os caminhos se confundem, criando um labirinto onde a única regra é a multiplicidade. A ficção de Jorge Luis Borges suscita diversos questionamentos acerca da relação entre autor e narrador. Como estabelecer limites entre realidade, experiência individual, autobiografia e mera reflexão? Seriam necessários os limites ou poderíamos considerar a obra de Jorge Luis Borges um grande jogo com as temáticas que encontramos no cerne de toda a literatura? São essas questões que o presente trabalho visa desenvolver.

 

Ronaldo Eduardo Ferrito Mendes

  Título: A via excêntrica

Orientador(a):  Prof. Dr. Manuel Antônio de Castro

Páginas: 78

Resumo

Nesta dissertação, pretende-se dialogar com a tradição crítica a partir de premissas tomadas como ancila nas análises críticas das obras poéticas. Propõe-se em paralelo a cada pressuposto formativo da teoria crítica, uma reflexão que parta da experiência poética da linguagem, e não de sua conceituação, a fim de distanciar a nossa proposta das orientações formalistas, estéticas e ideológicas dos estudos críticos majoritários. Propõe-se também um pensar poético da crítica, deixando-a surgir na linguagem própria à obra de arte, entendendo-a já como uma obra em diálogo com outra: o diálogo das obras se propõe como tarefa essencial da crítica. Para tanto, a dissertação propõe-se como obra que reflete criticamente a criação pela linguagem poética, mostrando-se uma proposta, tentando cumprir seu desiderato pela experiência da linguagem.

 

Thiago Carneiro de Almeida

  Título: Adelino Magalhães: o mundo escrito por dentro

Orientador(a):  Prof. Dr. Vera Lins

 

DISSERTAÇÕES DEFENDIDAS EM 2009

Total de dissertações defendidas: 13

Carlos Eduardo S. da Cruz

Título: Pouca luz em muitas trevas Euríco Presbítero do liberalismo português.

 

Daniela de Araújo Vieira

Título: Alegorias da cegueira

Orientador(a):  Prof. Dr. André Luis Lima Bueno

Páginas: 213

Resumo

Nessa dissertação, pretendemos analisar como se configura a forma literária em “Ensaio sobre a Cegueira”, de José Saramago, visando levantar dessa especificidade como o processo social emerge. Assim, quanto mais concentramos nossa análise no enredo, no narrador e nas personagens principais da trama, enfim, na ficção montada, no mundo particular, mais vemos projetado o universal, mediante a instauração da violência como ordem vigente na cidade fictícia, causada pela total destruição do Estado de Direito e conseqüente predomínio do Estado de Exceção como lei da selva. Dessa facilidade de romper os limites entre civilização e barbárie ensaia-se a reflexão e, porque não, a revisão de uma série de questões inerentes à condição humana na sociedade do capitalismo avançado, traduzidas pelas várias formas de alegorias da cegueira: a despolitização da polis impulsionando -a para um retorno à ordem primitiva , as várias formas de organização do Contrato Social, as relações entre o indivíduo e o coletivo, dentre outras.

 

Gilson Ribeiro da Silva

Título: O ocultismo na obra de Éliphas Lévi Zahed

Orientador(a):  Prof. Dr. Antônio José Jardim e Castro

Páginas: 93

Resumo

Este trabalho consiste em um esforço de síntese da obra do filósofo ocultista Éliphas Lévi Zahed, no que concerne à sua teoria sobre os conhecimentos que regem secretamente a vida do homem e do universo. Para tal, foram pontua dos os elementos mais significativos desse conhecimento, sendo eles: a Cabala, o Hermetismo e a Ciência dos Números.

 

Natasha Alves Carvalho de Castro Rüb

Título: A ética e a estética da dor: um olhar para Fogo Morto, de José Lins do Rego

Orientador(a):  Prof. Dr. Ronaldo Lima Lins

Páginas: 150

Resumo

A partir dos conceitos de ética e estética podemos delinear as representações da dor na arte. A ética é estudada e por vezes entendida como “moral”. Essa mesma, representada na arte, delineia o conceito de estética, que vem sofrendo grandes transformações ao longo dos séculos. A experiência estética que valorizava o belo, como valores morais e físicos, agora, concerne tudo que suscite algum tipo de epifania ao sujeito receptor. Em meio a essas definições, no romance Fogo Morto, de José Lins do Rego, podemos ver as formas de dor e de sublimação de seus personagens mergulhados na paisagem e na condição de vida precárias.

 

Marcos da Silva Coimbra

Título: Rosa na telona – a hora e a vez da imagem em movimento

 

Milla Benício R. de Almeida

Título: “A caverna”, de José Saramago: uma narração além do romance histórico

 

Mariana Quadros Pinheiro

Título: Na fenda dos dias: leituras a partir de algumas datas na obra de Armando Freitas Filho

Orientador(a):  Prof. Dr. João Camillo Barros de Oliveira Penna

Páginas: 153

Resumo

Este trabalho busca iluminar as fraturas instauradas pelas marcas do calendário dispersas pela obra de Armando Freitas Filho. Para tanto, discutimos as relações e as dissociações entre o tempo crônico, registrado por algumas datas, e o tempo lingüístico, desenvolvido nos textos redigidos pelo poeta carioca. Os diferentes procedimentos de datação na obra de Freitas Filho nos levam a analisar, em três ensaios, os vários registros sugeridos pelas datas, sempre de forma lacunar. A leitura da inscrição instersticial de história, sujeito e vida é guiada por aquelas marcas resistentes à significação. Na fenda dos dias, seguimos os vestígios da cronologia.

 

Raul M. Borges

Título:Chico Buarque em três tempos: canção, teatro, ficção

Rosinéia de Jesus Ferreira

Título: Die Verwandlung: O mundo administrado

Samara Rodrigues de Ataide

Título: Vozes femininas presentificadas em ‘O canto das lavadeiras’

Orientador(a):  Prof. Dr. João Camillo Barros de Oliveira Penna

Páginas: 98

 

 

Sonia Branco Soares

Título: Pensamento e crítica na Rússia oitocentista: preâmbulos de uma revolução

Tatiana Maria Gandelman de Freitas

Título: Alétheia, Eídolon, Mímesis: verdade, simulacro e crise da representação em Platão

Orientador(a):  Prof. Dr. Alberto Pucheu Neto

Páginas: 108

Resumo

A presente dissertação de mestrado aborda a questão platônica da crise da representação(mímesis) nas artes, que está presente no seu pensamento e permance até nossos diascom o mesmo vigor. Para tanto, é imprescindível analisarmos o conceito de verdade platônica, bem como as categorias de cópia, imagem, simulacro e representação. Através de alguns diálogos escolhidos, pretendemos mostrar como Platão articula seu pensamento, colocando em questão a sofística, a poesia e a pintura, como garantia do triunfo da filosofia.

 

Vinícius Carvalho Pereira

Título: Literatura e abjeção: um estudo da imagem das fezes na obra de Rubem Fonseca

Orientador(a):  Prof(a). Dr(a). Ana Maria de Amorim Alencar

Páginas: 136

Resumo

A obra de Rubem Fonseca é notória pela temática do baixo e do maldito, envolvendo as esferas da violência, do erotismo e d a abjeção. As duas primeiras instâncias têm sido muito estudadas no meio acadêmi co, havendo ampla discussão de seu rendimento literário. A esfera do abjeto, no en tanto, tem sido tratada com repulsa pelos próprios críticos, que, na maioria das vezes, a ignoram ou a subestimam. Este trabalho propõe, pois, uma análise do hórrido corpo ral na ficção fonsequiana, tomando como objeto principal de estudo uma recorrente imag em dos contos e romances do autor: as fezes. Discutindo suas dimensões literári a, psicanalítica, filosófica e cultural, esta pesquisa contribui para a compreensão de como o discurso do corpo torna-se matéria artística no corpo do discurso fonsequiano, especialmente no que tange ao secret(ad)o bolo fecal.